quarta-feira, 5 de março de 2008
Chega de Saudade
Você pode ter saudade de um cheiro.
Você pode ter saudade de um momento especial.
Você pode ter saudade de um doce. O preferido da sua infância.
Você pode ter saudade do que bem entender.
Mas o que eu assisti no 40º Festival de Brasília do Cinema Nacional me deixou deliciosamente à vontade pra sentir saudade de um tempo e de um momento que eu nem sequer vivi. Já sentiram isso? Saudade do que não houve?
O novo longa de Laís Bodansky, diretora de Bicho de Sete Cabeças, é gostoso como um abraço apertado num dia de frio, leve como um sonho bom, mas tão impactante como ser pego de surpresa fazendo o que não devia...
Conflitos da segunda, terceira e quarta idade se entrelaçam do início ao fim de baile. Um baile da saudade.
O melhor de tudo é saber, aliás, saber não. Saber eu já sabia. É ter cada vez mais certeza que o cinema nacional consegue e sabe produzir filmes assim, gostosos de assistir. Filmes que te presenteiam com a presença de Leonardo Vilar que mesmo quarenta e seis anos depois de sua impagável interpretação em O Pagador de Promessas (desculpem o trocadilho sem jeito) continua convencendo sempre. E tem a Tônia Carrero também. Linda! Linda Tônia, a estrela da Vera Cruz.
Eles se confundem com os bailarinos... No salão você não sabe quem é Maria Flor, Paulo Vilhena, Stepan Nercessian, Cássia Kiss, Beth Faria ou aquela senhora que frequenta o mesmo baile ha mais de 20 anos. Eles estão lá, dançando, bebericando, vivendo. E juro, dá uma enorme vontade de bailar!
Curtam as rugas da Cássia Kiss que envelhesse sem amarras, que dá um show de interpretação. Tenham paciência com o Vilhena, e se emocionem com as angústias da personagem da Maria Flor. Assistam sem preconceitos, é cinema nacional sim, e é por isso que é bom demais!
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Um comentário:
uia.. deu vontade de fazer uma sessão do cinecrube!!!!
parabéns pelo Blog Isabela!!!
bjs
(ser o primeiro é uma hora, rs)
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