quarta-feira, 24 de março de 2010

costurando

entre
entrelinhas e estrelinhas
vou perdendo a pose
e a linha.

parece difícil, mas é bem fácil:
se a camisa tem seis casas, há que se ter seis botões.

eu chovo

hoje eu vou ficar nua.
tirar peça por peça, por dentro e por fora...
e sair correndo na chuva.
sentir cada gota gelada por todos os cantos.
cada estria
cada celulite
cada pele vai sentir o que é estar na chuva.
quero rir até me sentir exausta, mesmo estando com frio.
ninguém vai me negar isso, vai?

insustentável leveza

outro dia ouvi de relance algo assim:
- eu já fiz bodas de concreto.
- concreto?
- é. pesa que é uma beleza.

eu acho que deve pesar mesmo.
pesa nos ombros, nas pernas, no cansaço diário, na rotina, nos filhos, nas contas pra pagar, no aluguel atrasado, na conta do supermercado, no banheiro, na fila do banco, na viagem de férias com farofa.

deve pesar mesmo.
o peso do riso-junto, do pensamento-igual, do seu-corpo-no-meu, da saudade-distante, do beijo-mordido, da cumplicidade-amiga, da tolerância-voraz, do nosso-sentido-no-mundo.

quero concreto. bem sólido.

terça-feira, 2 de março de 2010

chuvas e trovoadas

o que fazer quando você é uma chuva boa que vem assentar a poeira e deixar o céu mais claro
e no fundo queria ser uma pancada torrencial que arrasta os sentidos e deixa o céu estrelado?

talvez trocar o canal e mudar a mocinha da previsão do tempo...

o bom é que nada dura pra sempre.

segunda-feira, 1 de março de 2010

carpinejando por aqui

isso é fabrício carpinejar.

brasiliense.

cola lá. www.carpinejar.blogspot.com

..."Nada mais promissor do que a confusão.
A proximidade surgirá pela desconfiança, pelo desafio desagradável, pelas visitas diárias ao ódio, até o momento em que não falará de outra coisa senão dela.
Expulsará lentamente os preconceitos e aceitará de que não escolhemos o melhor, mas o necessário.

É a insistência que produz o amor, não o deslumbramento"...