quinta-feira, 24 de setembro de 2009

universo feminino

enquanto me falta tempo e sobra falta de imaginação, apresento-lhes meu querido amigo Patrick Landall.

Patrick Landall é um homem solteiro, já teve relações duradouras, outras nem tanto. Trabalha com história, cinema, educação, radialismo, troca lâmpadas, conserta vazamentos, só não lava roupas. Sua idade e localização não importam, ele vai responder suas perguntas porque antes de qualquer coisa é apaixonado por mulher.

pra quem ainda não sabe, sou editora do jornal semanal Universo Feminino, aqui na gélida e aconchegante Botucatu, e patrick responde as dúvidas sentimentais e sexuais da mulherada que lê o jornal. também quer? manda um email: isabela@jornaluniversofeminino.com.br

veja qual foi a da última semana:

Você acha que os homens de hoje em dia ainda são atraídos apenas por mulher gostosa ou mulher inteligente também é atraente?

Cara leitora. Antes de mais, nada vamos partir de um pressuposto: homem gosta de mulher de qualquer jeito. Algumas pesquisas científicas já comprovaram que um homem comum pensa em sexo dez mil vezes por dia. Eu diria que ainda é pouco. Pensamos em sacanagem duzentas milhões de vezes por dia, imaginando como seria traçar a vizinha, a colega de faculdade, a balconista da padaria. Essa é inclusive a única motivação que nos faz sair da cama diariamente, pois um mundo cem por cento masculino estaria fadado à auto-aniquilação instantânea. De modo que o homem gosta tanto de mulher gostosa quanto de mulher inteligente. Ambas são fascinantes. E sinceramente acho difícil definir até que ponto Fulana é só “gostosa” ou Cicrana é só “inteligente.” As mulheres são em geral tão fascinantes que essas categorias acabam limitando a compreensão desse ser múltiplo e inesgotável. Por exemplo: a mulher inteligente é aquela que cita James Joyce e Witgeinstein? Que lê o New York Times diariamente? Que fala cinco línguas? Qual o limite entre a inteligência e a chatice? Inclusive, a moda entre os psicólogos hoje não é dizer que o Coeficiente Emocional é muito mais importante que o famoso QI (Coeficiente de Inteligência)? Desse ponto de vista, quem tem mais jogo de cintura, a Marilena Chauí ou a Mulher Melancia?

Minha amiga, não se engane: o homem é movido pelo pensamento constante de se dar bem com as mulheres, sejam elas gostosas, inteligentes, safadas, burras ou até feias. A mulher é um ser tão fascinante que até as suas imperfeições se tornam bonitas, suas idiossincrasias acabam virando charme, suas celulites uma metáfora da nossa mortalidade, imperfeição e incompletude. Há inclusive na mulher “burra” um vasto território a ser desbravado, um desconhecimento sobre os grandes temas da literatura, do cinema e da filosofia que pode e deve ser preenchido. Ela pode ser ensinada, educada, polida e trabalhada para ser “apresentada à sociedade”, ou seja, pode acompanhar o seu namorado a uma palestra sobre psicanálise e ainda fazer duas ou três observações inteligentes, o que não é lá tão difícil. Já a mulher “inteligente por natureza” pode até ser uma bela e agradável companhia, desde que respeite o universo masculino (futebol + boteco) e não fique citando Simone de Beauvoir toda vez que for lavar uma cueca ou esquentar uma janta. Deu pra esclarecer alguma coisa?


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

metamorfose através da arte



Alberto de Azevedo Pinheiro, 49 anos, artista plástico, coordenador da Casa Dia – Casa Diarts de Botucatu, dependente químico, teve seus trabalhos, muito interessantes, diga-se de passagem, no MAC Itajahy Martins na primeira quinzena de setembro.

O trabalho de Alberto já me chamou a atenção mesmo antes de visitar a exposição, simplesmente pelo fato de saber da sua matéria prima. Ele dá vida a objetos de ferro velho que estariam totalmente inutilizados. Tratando-se de um planeta muito necessitado de trabalhos como esse o mérito já estaria garantido, porém, fui até lá ouvir sua história e me surpreendi ainda mais.

Alberto é coordenador da Casa Dia de Botucatu, casa de apoio a dependentes químicos e está em Botucatu há sete anos. “Estamos engatinhando num processo de transformar a Casa Dia numa casa auto-sustentável, precisamos de apoio da população, precisamos de doação de tempo mais até do que a doação de bens materiais, mas isso é muito difícil de conseguir pela falta de conhecimento das pessoas e preconceito também”, explica. Alberto veio da Casa Dia de Americana e desde então trabalha para que os atendidos aqui em Botucatu descubram o que ele próprio descobriu. “Lá eu percebi que a arte trabalha terapeuticamente os meus conflitos e os conflitos de outras pessoas. Aqui dou oficina, a capacitação através da arte”, conta.

A Casa Dia atende 20% dos internos gratuitamente, os demais pagam apenas a estadia, o custo que a casa tem com aquela pessoa em relação à alimentação e moradia, o tratamento não é cobrado de ninguém, e por isso a carência é justamente no campo de oficinas, de passar o tempo com os internos dando-lhes mais motivos para mudança de hábitos e vida. Oficinas de bambu, argila, culinária, são algumas que acontecem, mas é preciso mais participação da população.
O material utilizado por Alberto em suas esculturas é sucata que na maioria das vezes estava indo pro aterro da cidade e poluindo o lençol freático, e o mais interessante é que a própria estrutura da Casa Dia já tem essa característica. “A Casa foi construída com material de demolição, com o excesso do lixo da sociedade que não foi aproveitado. Isso nos preocupa também, existe uma preocupação em relação à facilidade com que as pessoas jogam as coisas no lixo justamente pela facilidade de compra. Utilizamos material de demolição, restos das caçambas públicas. Não é necessário gastar dinheiro com coisas novas, elas podem ser reaproveitadas, transformadas, trazendo uma economia pública e ambiental sem precedentes e principalmente um benefício social quando trabalhamos com esse material em oficinas”, explica.

O acervo que estava exposto no MAC foi criado especialmente para a exposição Metamorfose, todas as peças estão a venda e o artista aceita encomenda de novas peças. Alberto termina nossa conversa fazendo um convite aos artistas da cidade: “Temos diversos ateliês na Casa Dia, tais como, marcenaria, pintura, corte de cabelo, computação. Temos espaço de ensaios para grupos de teatro e dança, por exemplo. É uma forma de os artistas da cidade conhecerem o nosso trabalho, e ao mesmo tempo darem oportunidade aos dependentes químicos de participarem de oficinas, um modo de conhecer e trazer à tona novas aptidões”, encerra.




terça-feira, 1 de setembro de 2009

traço do arquiteto... gosto tanto dela assim.

http://vimeo.com/6343668

me deu a maior saudade de brasília.
e nem posso chamar de minha cidade.
foi meio que um amor vagabundo...