quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

até quando?

"Sentada na cama, tirou as sandálias, olhou para os pés e disse: até quando caminharão sozinhos? Ninguém perguntou: o que você disse? No quarto só havia ela, uma mulher que usava sandálias todos os dias para ir ao trabalho. Sozinha, deitou-se na cama e ficou passando a planta dos pés nús na maciez do lençol de seda. O lençol de seda ela ganhou de si mesma como presente pelo seu quadragésimo aniversário. Ela gostava de se presentear na data do seu aniversário. Esta mania começou aos vinte, quando deu a si mesma um par de brincos de pérolas falsas. Desde então, sempre foi assim, sempre se presenteava no dia seis de abril...
E hoje era seis de abril. Na cama, abriu a bolsa e tirou um pequeno embrulho vermelho.
Apalpou o conteúdo do embrulho e disse, sem que ninguém pudesse ouvi-la: até quando?"

alessio di pascucci.

ele me confessou que foi praticamente uma psicografia... eu fiquei contente por ele ter lembrado de mim, mas fico triste ao imaginar que posso acabar meus dias assim...
enfim, só sei que tem dias que a única coisa martela o meu juízo é a eterna pergunta: até quando?

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

linha de passe

hoje eu estava parada no projeto de trânsito que rola em brasília.
eu estava ali, bem no meio do X, no eixo central, dando a volta na rodoviária, passando em frente a esplanada, no início da curva em direção a asa norte...
foi quando eu reparei aquele fusca branco conversível.
eu adoro fuscas.
conversível então é puro charme.
estava garoando. aquela chuva de spray, sabe como é?
é difícil fazer frio em brasília, mas rolava uma brisa geladinha.
e tudo contirbuía pro cenário melancólico e solitário no final de uma tarde cinzenta pós feriadão.
e dentro do fusca havia um casal.
um casal que conversava e ria no conversível. ria mesmo chovendo.
e se beijavam também. e eram tão felizes!
e aquilo meio que começou a doer no meu estômago. sei lá se é mesmo estômago.
eu sei que é bem aqui entre meu peito, meu umbigo, minha cabeça e meus pés.
e quando eu estava quase me desfazendo em lágrimas. quando eu estava prestes a descer do carro implorando pra que eles sumissem da minha frente eu ouvi aquela voz ao fundo...
era o joão bosco. era a rádio nacional.
era Toca de tatu, lingüiça e paio e boi zebu
Rabada com angu, rabo-de-saia
Naco de peru, lombo de porco com tutu
E bolo de fubá, barriga d'água

era o pega lá no toma-lá-dá-cá, do samba
Um caldo de feijão, um vatapá, e coração
Boca de siri, um namorado e um mexilhão
Água de benzê, linha de passe e chimarrão
Babaluaê, rabo de arraia e confusão...

aí eu aumentei até onde deu.
gritei, sambei do quadril pra cima e ri da vida.
e achei o máximo poder rir de mim e da minha solidão.
adoro samba. e acho que estou mesmo na linha de passe.

chicando

ontem eu fui assistir "o leitor".
e o que eu mais gostei foi a parte bem do começo.
começo do começo.
quando passou o trailler do "budapeste".
quase morri.



depois eu comento a kate que estava realmente maravilhosa. mas por hora é o chico. sempre o chico.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

pede a banda pra tocar um dobrado...

essa semana eu aprendi algumas cousas.
aprendi com seu murilo* que um dobrado cura tudo.
com seu olímpio**, que apesar de a maioria desejar aposentar-se quando finalmente acontece, mesmo aos 91 anos, pode ser assustador.

percebi que quanto mais lotado melhor, que posso comprar queijo do reino a 12,90 o kilo...

e que provar o pedaço de abacaxi mais doce do universo é uma experiencia única.

também descobri que comprar cachaça é uma tarefa muito complexa quando se está em minas. são mais de 50 tipos, com nomes, cores e rótulos diferentes em uma mesma prateleira podem te deixar alucinada.

por enquanto foram cinco dias de muito trabalho num sobe e desce frenético no elevador onde a ascensorista, que nunca te viu na vida, te beija e te deseja um bom dia todas as 50 vezes que vc o utiliza... não dá pra ficar de mal humor.

difícil vai ser voltar pra casa.
eu poderia ter nascido mineira.

agora eu vou curtir minha tv a cabo no 802. boa noite que amanhã tem mais minas gerais.

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*murilo pereira, frequentador do mercado central de belo horizonte, 84 anos, com corpinho de 79, segundo o próprio.

** olímpio martelleto, 91 anos, ex-proprietário do ex-armazém aymoré. dedicou 75 anos de sua vida ao armazém. aposentado desde o ano passado continua indo diariamente ao mercado central.


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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

comida de boteco

fome. fome. fome.
já ouviram falar em comida de boteco?
tô indo conferir um dos pratos vencedores... voltemos ao assunto "não tem como ser ruim"...
almôndegas de carne seca
recheio de queijo parmesão
creme de abóbora
pimenta de cheiro
.
é. não tem mesmo não.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

... eu tive um pesadelo agora!

tem coisa que não existe a possibilidade de ser ruim.
já falei sobre esse assunto em outro post e por isso venho aqui me retratar publicamente.
deixe-me explicar melhor...
leite condensado com chocolate. tem como ficar ruim? não, não tem.
misturar creme de leite, leite condensado e suco de maracujá tem como ficar ruim? não, também não tem.
é mais ou menos esse o sentido da história, coisas boas misturadas sempre ficam melhores ainda, e foi nesse clima que depois de um dia mega cansativo e de ralação total no mercado central de BH, que eu, ao invés de quietar e repousar, corri pro teatro da cidade assistir "mulheres de hollanda".
é chico buarque. não tem como ser ruim.
ledo engano...
gente, sem chance.
piegas. brega. cantoras-atrizes que não fazem nem uma coisa nem outra.
figuras masculinas sem a menor expressão.
(minha amiga jura que viu ele mexendo a sombrancelha na quarta música!)
enfim, me sinto péssima em falar mal da "arte alheia", cada um no seu quadrado, mas eu não me contive dessa vez... o "espetáculo" era pra ter um pé no drama, eu pelo menos achei que essa foi a vontade do diretor, mas o drama virou um dramalhão e eu tive vários acessos de riso nas partes mais melodramáticas...
ui. vergonha alheia o tempo todo. melhor que regina duarte.
resumindo: as vezes aquilo que tem tudo pra ser bom, pode não ser... hunf.
não compre gato por lebre, não crie expectativas, e não convide o chico pra ir ao teatro da cidade nos próximos finais de semana.
amanhã tem mais BH. e sem teatro, prometo!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

nas gerais.

na quarta tem belorizonte com casa do conde, iphan, mercado central e tudo que é queijo, doce e pimenta. e biju, cerveja, toucinho, panela, peso de porta, filhote, damasco, uva passa, queijo coalho, queijo bola, queijo fresco, queijo. muito queijo. vai ter até entrevista com fernando brant.
ufa!
na volta eu conto.

call me

bom mesmo é poder ter um celular com bônus ilimitados principalmente para fazer interurbanos.
tudo na faixa.
o resto é conversa. e muito da fiada.
saudades dos amigos que estão longe.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

síndrome II

teve também cinema na quinta com direito a roda de violão em uma praça qualquer que eu não me lembro o nome... e eu que pensei que essas coisas não acontecessem em brasília.
enfim, pensei em falar do filme, deu preguiça.
pensei em escrever uma breve tese sobre as rodas de violão onde as pessoas insistem em tocar raul seixas... tstststs. desisti tbm.
do texto e da roda.
acho que é a preguiça da sexta.
companhias agradabilíssimas ontem à noite. apesar do raul.
teve fagner também. mas esse é bacana.
de verdade. e o coração continua alado.
viva a sexta feira!

síndrome

acho que todos os blogueiros de plantão ou não já sofreram dessa pequena síndrome.
síndrome do pensamento que foge quando estamos na frente do teclado.
essa semana foi intensa.
na terça rolou de encontrar o diretor do longa exibido no Teste de Audiência no aeroporto, como ele não me conhecia, lá vai eu com uma singela placa na mão: ANDRÉ KLOTZEL.
pensei em escrever sobre os encontros e desencontros que acontecem nos aeroportos, fiquei ali parada esperando o cara chegar e fiquei imaginando quantas lágrimas, seja de alegria, tristeza ou saudade, as paredes dos aeroportos guardam... quando percebi que o assunto me deprimia logo imaginei que talvez um espírito de porco pudesse chegar pra mim e dizer: olá! tudo bem? eu NÃO sou o andré klotzel. e sair de perto chacotando de mim. hahahaha.
isso riam, eu ri. e me deu a maior vontade de fingir ser outra pessoa, apenas por alguns instantes, quando eu estiver desembarcando em algum lugar por aí...
enfim, o assunto fugiu... acho que era isso...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

você percebe que já não é mais a mesma...

...quando não faz muita diferença ter caído na balada na sexta à noite ou ter ficado em casa na cia de um bom filme ou seriado.
...quando conversar com pessoas mais velhas, cheias de histórias pra contar, tomando um drink qualquer pode ser mais divertido, e com certeza é, do que a melhor boate da cidade.
...quando todo e qualquer atendente de mercado, farmácia ou boteco te chama de senhora. – aquela senhora ali!
...quando passar o tempo rodeada pelos filhos dos amigos, se lambuzando de chocolate e assistindo desenho animado é bem mais legal do que você imaginava.
...quando você sai pra dançar e antes mesmo das três já está morta de cansaço, implorando pela sua cama.
...quando beber muda de significado, ao invés de encher a cara de cerveja quase toda a semana, passa a ser curtir algum destilado, muito bem acompanhada, sentindo seu corpo se entorpecer lentamente.
... quando você entra num bar todo estiloso e ao invés de virar uma long neck, prefere saborear um capuccino.
Velhota!

bora lá

O Teste de Audiência é um projeto da CAIXA Cultural que tem por objetivo aproximar o Cinema Brasileiro de seu público.
Mensalmente um filme inédito, ainda em processo de finalização, é apresentado em Sessão Surpresa. Ou seja, o espectador não saberá antecipadamente o filme que irá assistir, mas é certo que será sempre uma bela surpresa.
Após a projeção o público conversa livremente sobre o filme na presença do diretor, de modo a este ampliar sua percepção sobre a própria obra.
O Teste de Audiência está em sua terceira temporada na CAIXA Cultural de Brasília e estréia na CAIXA Cultural de Curitiba.

tem que ver pra crer