Escrito em meados de 2005... para o Diário da Serra, em Botucatu.
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Não sou grande apreciadora de samba e conheço muito pouco o repertório de Paulinho da Viola, mas assistindo a história de vida de um compositor com tanto talento e representatividade no quadro musical brasileiro, não consegui (e nem queria!) ficar de fora da energia que permeou o Teatro Municipal na noite de quarta feira. As pessoas sussurravam as letras de suas músicas, riam de sua rotina peculiar e discreta, deliravam com seus encontros sublimes com a nata do samba carioca, enfim, era gostoso estar fazendo parte daquela história.
Particularmente gostei muito da linha de pensamento dos roteiristas Zuenir Ventura, Joana Ventura e Izabel Jaguaribe, ao delinearem a proposta do filme logo nos primeiros minutos com tantos relógios ao fundo e uma deliciosa conversa das personagens sobre a saudade e o tempo... Paulinho falando sobre sua infância regada a Pixinguinha e Nelson Cavaquinho.
O filme com fotografia impecável acontece tranqüilo, quase sonolento, mas muito agradável, nos trazendo questionamentos sobre o tempo, o saudosismo e o “viver no presente” de uma maneira muito graciosa e talvez um pouco confusa. Senti que apesar de ser o motim do documentário, a maneira conforme o tema foi apresentado no decorrer do filme, chegou a ser quase indiferente, a platéia estava mais preocupada em fazer parte daquela vidinha cheia de manias de seu ídolo do que divagar sobre o tempo.
As aparições especiais foram muito bem vindas: Marina Lima, Zeca Pagodinho, Marisa Monte, Élton Medeiros, Amélia Rabello, Dininho, Luciana Rabello, Hermínio Bello de Carvalho, Nélson Sargento, Paulão 7 Cordas, Walter Alfaiate, David do Pandeiro, Jair do Cavaquinho, Guaracy, Monarco e Ronaldo do Bandolim. Todos temperaram o filme que estava gostoso mas com falta de sal.
quarta-feira, 5 de março de 2008
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