terça-feira, 3 de novembro de 2009

chorinho

Chorar no chuveiro.

Aquele choro contido e abafado.

Mais abafado que o ar que está lá fora.

Lágrima quente, água fria.

Corpo quente, água mais fria.

Desejo quente, realidade ainda mais fria.

E no vai quente, volta frio

O corpo pede sossego.

É um choro assim bem pequeno.

Praticamente um chorinho.

Sem história, sem rima.

Sem voz e cavaquinho.

Silenciado no compasso de um soluço.

Que passa assim bem rápido.

Por que a vida segue em frente,

Inevitavelmente.

6 comentários:

Anônimo disse...
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Unknown disse...

lindo, apesar de triste

Arthur Gouveia disse...

a vida continua, o sol nasce todos os dias, a lua vem, os sonhos não param de se renovar... e o tempo cura. tá! eu sei que a anciedade pelo 'fazer o tempo correr' é dolorida demais, demais, demais! nessas horas você procura as pessoas eternas: família.

porque eles sim nunca passam.


saudade, sua desnaturada. SAUDADE GRANDE DEMAIS!

Simplesmente Outono disse...

Procuro por alguma leitura. Não sei exatamente o que virá pela frente. Talvez algo que remeta ao amor, filhos, decepções, amigos, dores, sorrisos, verdades, enfim quero linhas que me prendam.
Ainda bem que existem páginas como a sua que nos levam até o final sem sequer sentirmos. O melhor é ainda permanecer na ânsia de querer ler mais e mais. Obrigada pelo tamanho bem estar causado e lindamente sentido ao te ler.
Minhas folhas secas na certeza de que voltarei mais vezes. Linkarei para que assim fique mais fácil o meu retorno.

Elena sem H disse...

*Suspiro de concordância*

Unknown disse...

Cabeção,

Lindíssimo o seu poema. É a minha amiga Isabela na sua essência. Como diria Nietzche, "Humano, demasiado Humano". Transforme a vida em arte e se transforme....Adorei!!